
Depois de fazer a baixa contábil de quase todo o valor da unidade de telefones da Nokia que a empresa tinha comprado há um ano e de demitir cerca de quatro quintos dos funcionários da Nokia, o CEO da Microsoft, Satya Nadella vai voltar a se concentrar em um número menor de aparelhos, destinados a três grupos de pessoas: usuários corporativos, clientes preocupados com custos e amantes do Windows.
A lógica é que a Microsoft continue no segmento de telefones na esperança de atrair um grupo nuclear e menor de usuários. Essa é a estratégia que Nadella adotou com certo sucesso para os tablets Surface. No entanto, até isso vai ser difícil, pois o iPhone e os aparelhos que utilizam o sistema operacional Android predominam entre os clientes que a Microsoft deseja.
A história está repleta de fabricantes de telefones que tentaram se recuperar da perda de participação no mercado e mal conseguiram manter a cabeça fora d’água ou acabaram afundando ainda mais, da BlackBerry à própria Nokia, que um dia foi a maior fabricante de celulares.
Mesmo que a Microsoft deixe de tentar ser um player grande com essa mudança de foco, o resultado mais provável é que ela continue perdendo participação, o que obrigará a companhia a abandonar esse mercado antes que seja tarde demais, segundo analistas.